O Museu de Antigas Máquinas Manuais de Costurar (MAMC) apresenta, nesta 7ª publicação, alguns exemplares de seu acervo de máquinas infantís de costurar e algumas miniaturas.
As publicações anteriores (1 a 6), referiram-se a: Identificação do Museu, Colecionador, Importância da Máquina de Costurar, Precursores e outros pioneiros, Restauro e Acervo.
As máquinas infantis de costurar, fabricadas a partir de 1870, tinham como propósito incentivar as meninas (a partir dos 7 anos) a desenvolver a imaginação e a criatividade para aplicação no dia-a-dia quando adultas.
Ao contrário da atualidade, onde os brinquedos limitam-se ao entretenimento virtual, sem instruir, as maquininhas despertavam e ensinavam, de maneira agradável e lúdica, canalizando as energias das crianças numa produção frutífera.
As meninas produziam roupas para as bonecas e até utilidades diversas para seu uso e admiravam suas obras físicas, em ações tangíveis.
A atenção, controle, planejamento e compenetração conferidos ao ato de costurar, consistiam em ótimo aprimoramento para as atividades profissionais quando adulta, úteis para toda a vida. Além do desempenho da costura doméstica, a profissão de costureira era bastante dignificada.
As máquinas infantis foram projetadas para propiciar atividades seguras, com sistemas protegidos de alcance à agulha, acionamento macio por manivela, manuais fartamente ilustrados e até moldes para confecção dos trabalhos.
Algumas fábricas de máquinas normais produziram também as infantis, atendendo também às pequenas consumidoras.
As máquinas infantis produziam ponto em cadeia (um fio), com regulagem de tensão da linha e regulagem de dimensão de ponto. Algumas com acionamento elétrico (pilhas), e outras, mais sofisticadas com pontos em zigzag, permitindo acabamentos em bainhas e decorativos.
Nosso museu abriga 52 máquinas infantis de costurar, de várias origens, épocas e dimensões. Algumas maquininhas sobreviveram a mais de um século, satisfazendo várias gerações e trazendo relatos curiosos, que ilustram e acompanham sua história.
Nas fotos, as “fitas métricas” e as caixas de fósforos servem como referenciais de dimensão.
Müller 1889 (indústria Friedrich Wilhelm Muller) Berlin. A mais antiga do acervo, adquirida em 1996.
Necchi, 1958, fabricada em Pavia, Itália
Casige 1946 fabricada na zona inglesa da Alemanha ocupada. Restaurada com pintura eletrostática (Tecnopó)
Estrela 1960 (Brasil), idêntica à Little Betty (Straco Machine) fabricada na Inglaterra. Possuo três e, uma delas possuía inscrição “made in USA” encoberta pelo logotipo “Estrela”
O conhecimento incorporado durante décadas, a criatividade e a disponibilidade de peças sucateadas, permitiram-me inventar algumas maquininhas artesanais. Esta miniatura, medindo cerca de 3cm, executei a partir de peças substituidas de máquinas. O corpo, braço oscilante, fronte e base em aço; carretel é um pequeno rebite; volante é um botão de pressão, e a tesoura, um ganchinho de “soutien”, adaptado.
Bambi 1961 brasileira, perfeita, não restaurada. Com estojo de madeira e manual
Recebo a maioria das máquinas necessitando restauro (vide publicação 4). Fotos da Sewette ZigZag elétrica 1960, japonesa, antes e depois do restaro (pintura eletrostática Tecnopó).
American Girl, fabricada pela Delta Specialty Company, Winsconsin (USA) em 1946
Bambi, 1965, brasileira, com gaveta e estojo em forma de baú
Bambi 1959, brasileira, modelo luxo, com mesa dobrável, gaveta e maleta.
Casige GESCH-M 1470, fabricada na zona inglesa da Alemanha ocupada, em 1946.
Mirim, brasileira, cópia proporcionalmente miniaturizada da Elgin, com perfeição de detalhes, cores e funcionamento (manual)
Máquina não funcional (1997) fabricada a partir de antigo queimador de fogão à gás (corpo vermelho) e peças sucateadas.
Müller 1900, alemã (fabricação Friedrich Wilhelm Muller) Berlin. Apresenta curioso sistema mecânico com biela curva. Encontrada no lixo, em Curitiba/PR.