quinta-feira, 17 de novembro de 2011

New Home Sewing Machine - Publicação 9

O Museu de Antigas Máquinas Manuais de Costurar (MAMC) apresenta, nesta 9ª publicação,  relato sobre a Indústria New Home, de máquinas de costurar. 

As publicações anteriores referiram-se a: 1.Identificação do Museu; 2.Colecionador; 3.Importância da Máquina de Costurar; 4.Precursores e outros pioneiros; 5.Restauro; 6.Acervo; 7.Máquinas Infantís de Costurar e 8.Histórias, Causos e Fotos.

New Home Sewing Machine Co.

Thomas White, fundador da indústria, construiu sua primeira máquina, conforme relatos, em 1870, a que ele denominou “New England”.

A New Home Sewing Machine Co. foi formada em 1876 em Orange, New Jersey, embora em alguns “Instructions Book” (manuais de instruções) conste 1860, em plena época da acirrada batalha entre os fabricantes pela liderança no mercado e garantia de patentes.

A próspera indústria produziu também agulhas e peças para outras fábricas. E, em 1880, sua propaganda informava que era “A melhor máquina já feita”, frequentemente citada como “light running New Home.”

N Home gravura Propaganda de jornal (abril de 1889)

Em 1884 a produção atingiu 500 máquinas por dia, incluindo outras marcas secundárias (New National,..) e, entre 1906 e 1907, a produção foi de aproximadamente 150.000 máquinas, sempre utilizando o logotipo do “Galgo” (cão de pernas compridas, ágil e veloz).

N Home OIL  Mapa de lubrificação (1900)

Os manuais profusamente ilustrados, permitiam às usuárias (iletradas ou com dificuldade de tradução), interpretar suas funções, manutenção e lubrificação.

Por volta de 1920 a empresa começou a perder terreno em relação aos concorrentes, em 1930 a Free Sewing Machine Co. assumiu seu controle, e a indústria instalou-se em Rockford, Illinois. Cerca de 7 milhões de máquinas New Home estavam em uso em 1937.

N Home 348 287  New Home 1883 (acervo do autor)

Vários modelos foram produzidos, inicialmente manuais, alguns com elegante móvel para guarda dos acessórios. O modelo 914, embora manual, possuia um pedal de segurança, o qual deveria ser acionado para girar a manopla.

Embora construídas em aço de baixa resistência (vulgarmente denominado “ferro maciço”), seu corpo era elegantemente acabado, ornamentado com detalhes dourados e prateados.

N Home s n New Home 1890 (acervo do autor) 

O que atualmente seria hilariante, um vistoso certificado acompanhava a máquina, oferecendo garantia por VINTE anos, o que lhe conferia robustez e funcionamento por mais de meio século.

New Home Garantee  Certificado de Garantia por 20 anos

Realmente, sua solidez é confirmada pelas máquinas acervadas pelo MAMC, as quais exigiram pouco restauro para seu funcionamento. Sempre lembrando que procura-se restituir seu aspecto de quando em utilização.  Vide Publicação 4, “o objetivo do MAMC é relato histórico, permitindo que as máquinas de costurar demonstrem suas características de utilização”.

N Home 2 732 601  New Home 1907 (acervo do autor)

Em 2008, recebemos a doação de uma New Home elétrica, fabricada em 1949. A parte mecânica estava perfeita, com pintura original, decalques... Necessitou apenas limpeza e lubrificação.

DSC05894  New Home 1949, requintada e preservada

maq2 009 Decalques alusivos às premiações (medalhas de ouro)

Porém o lindo móvel de madeira estava infestado por cupins. Os detalhes desta infestação e combate foram descritos na Publicação 5 -Cupins (terror dos colecionadores e restauradores)”.

Cupim 1  A infestação ocupou toda a parte de madeira

DSC05896 O móvel, após completo restauro

New Home  RUI Capa do Manual de Utilização desta New Home

A Indústria New Home encerrou sua produção com último registro de fabricação em 1955.

O Museu de Antigas Máquinas de Costurar – MAMC agradece por toda e qualquer comentário ou crítica que possa auxiliar na pesquisa e preservação destes importantes instrumentos mecânicos.

Singercostureira

“A memória consiste em muito mais do que apenas uma lembrança de fatos, ações ou coisas. Significa sim, uma doce e agradável viagem para um mundo intemporal, onde a vida se perpetua na presença de objetos que fizeram parte da existência de pessoas que já se foram...

Não seria exagero afirmar que a memória histórica é um universo mágico, onde se perde o peso, ao levitar nas tantas informações transmitidas pelas peças de um querido acervo (Darlou D’Arisbo).”

Até a próxima.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Histórias, Causos e Fotos – Publicação 8

 

O Museu de Antigas Máquinas Manuais de Costurar (MAMC) apresenta, nesta 8ª publicação,  relatos que acompanham a história de algumas máquinas e outros causos. 

As publicações anteriores (1 a 7), referiram-se a: Identificação do Museu, Colecionador, Importância da Máquina de Costurar, Precursores e outros pioneiros, Restauro e Acervo, Máquinas Infantís de Costurar .

São poucas as máquinas que chegam ao museu com suas histórias, motivo pelo qual desejo publicar estas exemplares, digníssimas representantes vivas de um meritório trabalho que alterou a importância da mulher nas lides domésticas.

A confecção doméstica incorporou, além da sua finalidade básica de proteção, uma presença estética, acessibilizando e materializando a cor e a forma, na apresentação às suas comunidades e entre elas.

Além dos enfoques sociais, a inclusão desta nova lide doméstica causou notável mudança dos hábitos de trabalho, com resultados agradáveis e práticos. A introdução deste procedimento, foi concebido também como um lazer, o que promoveu, nas senhoras, um desenvolvimento de raciocínio lógico, com os exercícios aritméticos (combinação de medidas físicas) e interpretações de soluções espaciais (imaginário de modelos e soluções tridimensionais), além de distinta fonte de renda, antes propriedades distintivas masculinas.

  Foto Hist MáqsFoto de família americana (1899), ressaltando a máquina de costurar e os trabalhos executados   

        Carolin Burton 

Gravura de Carolyn Burton, em 1907 (The Story of an American Home), retrata a mãe costurando as vestes para o batismo do filho (no berço), em devaneio a imaginá-lo futuramente aplaudido no Congresso (à direita). 

O ponto comum em todas as histórias que acompanharam as máquinas que recebi, relatam com destaque esta flagrante importância, realçada com sentimentalista satisfação.

Gritzner propagAs propagandas da época aproveitavam o entusiasmo feminino e exaltavam as qualidades das máquinas, como deste modelo alemão, veiculada na imprensa italiana.

Como ressaltei no início, relato algumas histórias e casos:

“Surpresa aérea”

Há mais de quinze anos, uma senhora residente no interior de São Paulo mandou-me carta, relatando que possuía uma antiga máquina de costurar, marca Noiva, pertencida à sua avó e que desejava vendê-la. Informou ainda que soube de minha coleção através de um parente que trabalhava na Singer do Brasil.

Com base nas informações citadas respondi que a máquina deveria ser preservada na família dela, considerando ainda seu declarado perfeito estado e sendo o valor pedido muito alto para meus interesses.

Dias depois, recebi um telefonema do aeroporto da cidade, informando que alguém havia deixado lá uma caixa para mim.

Para minha surpresa, era a máquina de costurar, uma bela “Noiva” (fabricada pela Dürkopp-Werke AG, no início do século XX, com este nome para exclusiva exportação ao Brasil), em gentil doação. 

DSC05781 Máquina “Noiva” (Dürkopp-Werke AG)  

DSC05782 A “Noiva” com o baú de proteção

 

“Do lixo para a glória”

A maquininha infantil Müller (Model 14), fabricada em Berlin em 1920, foi encontrada por um transeunte numa sarjeta em Curitiba, no ano de 1991. Após passar de mão em mão e tendo esta história preservada, chegou-me em doação dois anos após.

Somente em 2010 consegui sua perfeita identificação pelo Early Toy Sewing Machines – Glenda Thomas.

Não necessitou de restauro, foi apenas realinhada (algum carro a teria amassado levemente) e recuperado seu funcionamento.

Foi preservada sua aparência e a caprichosa história.

DSC05778 A pequena (18cm) Müller infantil 1920

 

“Nonagenária robusta”

A máquina Singer (nº G 960784), fabricada em janeiro de 1921, em Elizabeth – New Jersey, foi adquirida nova pela Sra. Julia Trevisan Galletti, de São Paulo, logo após seu casamento, para confeccionar o enxoval do primogênito. A filha herdou a máquina após seu falecimento. Sempre em eficaz desempenho, a máquina foi-me doada pela sua gentil neta, em maio de 2011.

Com noventa anos de idade, a máquina não necessitou de restauro, apenas limpeza, regulagem e lubrificação.

As palavras da doadora: “Hoje estou muito satisfeita por saber que esta máquina fará parte do acervo” caracterizam o remate feliz de sua longa história.

DSC05780Singer 1921

 

“Saudade tangível”

Em meados de 1980, um idoso senhor procurou-me para vender uma máquina de costurar. Era uma Jones Family C. S., inglesa, fabricada em 1917. Ao vê-la, surpreendi-me pelo seu impecável estado. Estava simplesmente nova, incluindo um “selo” da loja vendedora.

Questionei-o quanto aos motivos pela guarda de tal imaculada máquina por quase setenta anos. Informou-me emocionado, que preservou todos os pertences de sua esposa, falecida logo após o casamento, naquela época. Dentre os pertences, conservou até o vestido de noiva!. Tomado de grande admiração pelo seu inusitado ato, paguei-lhe o equivalente à outra, semelhante, nova, para sua satisfação.  No ano seguinte ele faleceu.

Obviamente, a ilógica comparação financeira, jamais traduziria o valor sentimental incutido no seu sublime ato de preservação.

Jones Jones Family C. S

 

“Quatro esposas e uma nora”

A máquina de costurar, Junker & Ruh, nº de série 132669 (1889),  foi adquirida em São Rafael (1890), vilarejo de São João do Polêsine/RS, para a primeira esposa do Sr. J. Felipetto, imigrante italiano.

Ele ficou viúvo por três vezes e suas quatro esposas utilizaram a máquina para as necessidades da família (vestimentas, roupas de cama, cortinas, toalhas,...até chapéus de palha de trigo). A nora da última esposa, demonstrando pendores para a costura, herdou a máquina.

Relatam que a máquina era considerada uma “relíquia viva”, exclusivamente utilizada por aquela que detinha sua posse. Em 1996, a máquina foi-me doada.

Sua manutenção ao longo dos anos de uso foi tão perfeita que, mesmo após 130 anos, continua em funcionamento, sem requerer restauro.

DSC05784 Junker & Ruh,1889

 

“Linda menina com mais de meio século de idade”

Num longo vôo Londres – Rio de Janeiro, mantive extensa conversação com uma senhora, paulista, que sentava ao lado. Eu retornava de curso em Eastbourne, ela voltava das férias pela Europa. Ao falarmos de museus, inclui minha coleção de antigas máquinas de costurar. Perguntou-me ela se eu não colecionava também as infantis, também muito comuns naquela época áurea. Respondi que ainda não, simplesmente por que nunca houvera oportunidade. Afirmou-me que possuía uma, marca Bambi, em gabinete de madeira. Complementou, afirmando que há meio século, no seu nono aniversário, ganhou do pai. Porém, na mesma época a mãe havia comprado uma, obviamente mais completa, grande, maravilhosa e sedutora.  Assim, ela abandonou guardada a “Bambi” e aprendeu a costurar na máquina da mãe.

De maneira direta, perguntou-me se eu gostaria de recebê-la em doação! Ficou claro que eu não acreditei na eventual conversa de bordo, e esqueci o assunto.

Mas, em menos de um mês, para minha inesperada e magnífica surpresa, recebi pelo correio, a linda maquininha, perfeita tal nova.

A pequena Bambi foi a primeira “menina” da coleção atual de mais de cinquenta máquinas infantis de costurar.

P9190008  A “menina Bambi”, aberta

P9190010

  A Bambi fechada

 
“Quase um século de trabalho sem aposentadoria”

Em 1990, fui procurado por uma simpática senhora, já idosa, que desejava vender sua máquina de costurar, pois que estava inutilizada.

Informou-me que a havia adquirido já usada, há cerca de 40 anos e sempre costurou perfeitamente, porém passou a falhar muito e quebrar agulhas. Vários técnicos teriam tentado em vão consertá-la, porém, já velha e desgastada, só restava vendê-la a um colecionador.

Observei, entretanto que aparentava estar muito bem conservada, com pintura e detalhes ainda originais.

Era uma Vestazinha (Fabricada por L.O. Dietrich, em 1920, nº 1644317), a qual adquiri e guardei para posterior análise.

Anos após, desmontei parcialmente a máquina. Ao conferir o sincronismo do ponto (momento em que a agulha leva a linha superior até “laçar” a inferior) descobri o singelo motivo da falha: a engrenagem do volante estava alguns dentes adiantado em relação ao mecanismo da lançadeira (inferior).  Alguém havia recolocado o volante fora de posição angular, ocasionando o não funcionamento.

Após este simples ajuste, a máquina funciona perfeitamente e supre as eventuais necessidades atuais de nossa casa.

DSC05789

A máquina Vestazinha, costurando hoje, tal como fazia há quase um século.

 

“Máquina de costurar avião”

Enfim, embora a história tenha comprovado a importância e a versatilidade da máquina de costurar, eu confesso que jamais imaginaria semelhante trabalho para as dignas costureiras:

 

Foto hist maq cost 1

“Uma dezena de trabalhadoras costuram o tecido para asas dos aviões da Royal Air Force, na Primeira Grande Guerra (1919)”  

E, falando em avião, nosso digníssimo Alberto Santos Dumont iniciou seu aprendizado em mecânica, aos 12 anos de idade (1885) consertando a máquina de costurar de sua mãe, dona Francisca Santos.

P9190002 a 

No epílogo desta, a mesma “vovó”, sob os recursos da câmera Olympus SP600UZ

Até a próxima

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Máquinas infantís de Costurar – Publicação 7

 

O Museu de Antigas Máquinas Manuais de Costurar (MAMC) apresenta, nesta 7ª publicação,  alguns exemplares de seu acervo de máquinas infantís de costurar e algumas miniaturas.

As publicações anteriores (1 a 6), referiram-se a: Identificação do Museu, Colecionador, Importância da Máquina de Costurar, Precursores e outros pioneiros, Restauro e Acervo.

As máquinas infantis de costurar, fabricadas a partir de 1870, tinham como propósito incentivar as meninas (a partir dos 7 anos) a desenvolver a imaginação e a criatividade para aplicação no dia-a-dia quando adultas.

Ao contrário da atualidade, onde os brinquedos limitam-se ao entretenimento virtual, sem instruir, as maquininhas despertavam e ensinavam, de maneira agradável e lúdica, canalizando as energias das crianças numa produção frutífera.

As meninas produziam roupas para as bonecas e até utilidades diversas para seu uso e admiravam suas obras físicas, em ações tangíveis.

A atenção, controle, planejamento e compenetração conferidos ao ato de costurar, consistiam em ótimo aprimoramento para as atividades profissionais quando adulta, úteis para toda a vida. Além do desempenho da costura doméstica, a profissão de costureira era bastante dignificada.

Propaganda I

As máquinas infantis foram projetadas para propiciar atividades seguras, com sistemas protegidos de alcance à agulha, acionamento macio por manivela, manuais fartamente ilustrados e até moldes para confecção dos trabalhos.

Algumas fábricas de máquinas normais produziram também as infantis, atendendo também às pequenas consumidoras.

As máquinas infantis produziam ponto em cadeia (um fio), com regulagem de tensão da linha e regulagem de dimensão de ponto. Algumas com acionamento elétrico (pilhas), e outras, mais sofisticadas com pontos em zigzag, permitindo acabamentos em bainhas e decorativos.

Propaganda II

Nosso museu abriga 52 máquinas infantis de costurar, de várias origens, épocas e dimensões. Algumas maquininhas sobreviveram a mais de um século, satisfazendo várias gerações e trazendo relatos curiosos, que ilustram e acompanham sua história. 

Nas fotos, as “fitas métricas” e as caixas de fósforos servem como referenciais de dimensão.

 

005 Muller 1889

Müller 1889 (indústria Friedrich Wilhelm Muller) Berlin. A mais antiga do acervo, adquirida em 1996.

 

 

 006 Necchi 1958, italiana.

Necchi, 1958, fabricada em Pavia, Itália

 

 

  007 Casige

Casige 1946 fabricada na zona inglesa da Alemanha ocupada. Restaurada com pintura eletrostática (Tecnopó)

 

 

006 Estrela

Estrela 1960 (Brasil), idêntica à Little Betty (Straco Machine) fabricada na Inglaterra. Possuo três e, uma delas possuía inscrição “made in USA” encoberta pelo logotipo “Estrela”

 

 

001 Miniat aço   004 Miniat aço

O conhecimento incorporado durante décadas, a criatividade e a disponibilidade de peças sucateadas, permitiram-me inventar algumas maquininhas artesanais.   Esta miniatura, medindo cerca de 3cm, executei a partir de peças substituidas de máquinas. O corpo, braço oscilante, fronte e base em aço; carretel é um pequeno rebite; volante é um botão de pressão, e a tesoura, um ganchinho de “soutien”, adaptado.

 

 

 008 Bambi  008a Bambi

Bambi 1961 brasileira, perfeita, não restaurada. Com estojo de madeira e manual

 

 

 017a Sewette III  017 Sewette IV

Recebo a maioria das máquinas necessitando restauro (vide publicação 4).    Fotos da Sewette ZigZag elétrica 1960, japonesa, antes e depois do restaro (pintura eletrostática Tecnopó).

 

 

009 American Girl

American Girl, fabricada pela Delta Specialty Company, Winsconsin (USA) em 1946

 

 

  010 Bambi  010a Bambi

Bambi, 1965, brasileira, com gaveta e estojo em forma de baú

 

 

011 Bambi  011a Bambi

Bambi 1959, brasileira, modelo luxo, com mesa dobrável, gaveta e maleta.

 

 

012 Casige  

Casige GESCH-M 1470, fabricada na zona inglesa da Alemanha ocupada, em 1946.

 

 

013 Elgin 

Mirim, brasileira, cópia proporcionalmente miniaturizada da Elgin, com perfeição de detalhes, cores e funcionamento (manual)

 

 

014 madeinhouse

Máquina não funcional (1997) fabricada a partir de antigo queimador de fogão à gás (corpo vermelho) e peças sucateadas.

 

 

  015 Muller

Müller 1900, alemã (fabricação Friedrich Wilhelm Muller) Berlin. Apresenta curioso sistema mecânico com biela curva.   Encontrada no lixo, em Curitiba/PR. 

 

 

016 miniatura Miniatura de Singer A (1900), decorativa, chinesa.

sábado, 23 de julho de 2011

Acervo – Publicação 6

 
O Museu de Antigas Máquinas Manuais de Costurar (MAMC) é um acervo particular e privado, com mais de duas centenas destes importantes instrumentos mecânicos.
 
Vide Publicações 1 a 5, referentes a: Identificação do Museu, Colecionador, Importância da Máquina de Costurar, Precursores e outros pioneiros e Restauro.
 
Nesta publicação são apresentadas algumas máquinas do acervo, com considerações peculiares e identificação de número de fabricação.
 
 
clip_image002
Clemens Muller (nº 565.660, acervo do autor)
 
A indústria Clemens Müller, em Dresden, Alemanha, fundada em 1870, tinha como sócios: L.O. Dietrich, G. Winselmann, e H. Kohler, todos depois fabricantes de suas próprias marcas (dentre elas: Vesta, Titan e Kohler).
A Clemens Müller foi a primeira indústria de máquinas de costurar da Alemanha (Dresden), iniciando a produção em 1855.
Em 1875, mais de 100.000 máquinas, incluindo modelos industriais foram produzidos. Este número aumentou para 200.000 em 1880 e, em 1930 a produção chegou a quase 3 milhões de máquinas. Após a 2ª Guerra Mundial a empresa foi renomeada VEB Máquinas de Escrever e Costurar.
O autor possui 23 máquinas manuais Clemens Müller, todas com alguma diferença (dimensão, formato, base, sistema,..).

 

 

clip_image004Vestazinha (nº 1.644.317, acervo do autor)

Vesta (deusa romana do fogo sagrado) era fabricada pela LOD (L. O. Dietrich) em Altemburg, Alemanha. O autor possui 16 máquinas manuais Vesta, de diferentes modelos, desde as robustas Dietrich Vesta, até as pequenas “Vestazinha” exclusivas para países de língua portuguesa. A empresa foi formada em 1880, passando a produzir exclusivamente armas na segunda guerra, sendo fechada pelo exército russo em 1946.
 
 
 
 
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Jones Family CS (nº R 604.087, acervo do autor)

Máquina adquirida sem uso (em 1982), de um viúvo, o qual informou tê-la guardado por muitas décadas, após o falecimento da esposa.
A Jones Sewing Machine Co. foi fundada em 1860 por William Jones e Thomas Chadwick, Inglaterra.


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O modelo Family CS foi elaborado especialmente para fornecimento à “Sua Majestade a Rainha Alexandra”, entre 1914 e 1920.

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O adesivo da empresa vendedora “B. LAUXEN & CIA – Importadores – Carasinho – R. G. do Sul” comprova sua legitimidade, nunca usada. 


 

clip_image012Noiva (nº 1.526.296 c/ estojo, acervo do autor)

 O nome “Noiva” era exclusivo de exportação para o Brasil. Fabricada pela Dürkopp-Werke AG. Em outubro de 1867, Nicolaus Dürkopp associou-se com Carl Schmidt, para fundar a Dürkopp & Schmidt fábrica de máquinas de costura. Após 1899 passou a fabricar automóveis.
 
 
 
 
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Singer New Family, 1897 (nº 14.845.650, acervo do autor)

Adquirida em S.Brás do Suaçui - MG, depois restaurada e acervada.
 
 
 

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Rhenania 1886 (nº 82.565, acervo do autor)
 
Fabricada pela “Mes Werdt” em Saalfeld- Rudolstadt, Alemanha. Adquirida em Bento Gonçalves - RS em 1980.
 
 
 
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Winselman (nº 2.008.487, acervo do autor)
 
Em 1892, G. Winselmann renunciou à sociedade na Clemens Müller, formando a sua própria empresa: Winselmann Nahmaschin, também em Altenburg, Saschen, Alemanha.
 
 
 
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Willcox & Gibbs 1870 (nº 145.336, acervo do autor)
 
 
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Detalhe da biela com articulação superior esférica,sistema revolucionário para a época.
 
Willcox & Gibbs, dentre outras inovações, patentearam o ponto em cadeia em 1857, cujo modelo de máquina popular foi sucesso, fabricado por décadas. Vide “Precursores – Publicação 2”.