sexta-feira, 27 de junho de 2025

A VESTA (Leopold Oskar Dietrich) - Publicação 48

Em 1 de julho de 1871, três serralheiros: Leopold Oskar Dietrich, Hermann Köhler e Gustav Winselmann, que anteriormente trabalhavam na indústria Clemens Muller, fundaram uma oficina para a produção de máquinas de costura em Altenburg (Turíngia Alemanha), sob o nome Dietrich & Co. tendo produzido trezentas até o final do mesmo ano.
Em 1880, resolveram separar e cada um construir a própria empresa. L.O. Dietrich construiu um novo e amplo prédio, permitindo aumentar a produção de sua máquina Vesta (deusa romana do fogo sagrado), já com 1.500 empregados em 1890.

O sucesso de vendas resultou em abertura de escritório em Londres para expandir o mercado ao mundo. Após falecer, (setembro de 1904), o filho assumiu o empreendimento e, em 1936 suas máquinas de costurar eram consideradas as mundialmente famosas. Porém, durante a IIª Guerra, a indústria passou a produzir material bélico, foi parcialmente destruída pelos Aliados e tomada pela Rússia, como reparação de guerra.
 

Modelos da Vesta em 1936

Nosso museu, dentre centenas de outras, possui 16 máquinas manuais Vesta, de diferentes modelos, desde as robustas Dietrich Vesta, até as pequenas “Vestazinha”, estas exclusivas para países de língua portuguesa. Algumas marcas, como Sylvia e Mercedes, foram encontradas impressas nas máquinas Vesta, em alguns países.

Propaganda Vesta, na época pós Vitoriana
 
A Vestazinha (portátil, facilmente transportável), foi fabricada entre 1910 e 1925, exclusivamente para exportação para Portugal e Brasil, com este nome.  


Vestazinha (nº 1.644.317, acervo do autor)


Vesta (nº 1.754.663, acervo do autor)


As máquinas recebidas no nosso país recebiam inscrições em português,...


...assim como as claras explicações citadas no Manual de Utilização, com 40 páginas. 


Traziam um certificado de garantia de cinco anos, mas são eternas.


Algumas nos chegam em péssimo estado, como esta, 
com a tinta permeada pelos orifícios, comprometendo as centenas de peças móveis.


A mesma anterior, serial 1.242.229, após meses de restauro. 
 
 
Encontrar peças para restauro destas preciosidades é algo extraordinário.
Mesmo as simples agulhas tem de ser importadas da República Theca.
 


Sucedem-se as gerações, mas as Vesta, continuam ativas.

Aqui, a vovó Sandra ainda hoje operando com a Vesta de 1920.



Costurar é uma arte da paciência, é aprender a planejar e criar. 
Traz o prazer de ser útil, de ver e sentir a obra realizada. 

 
Vejo, porém, que este entusiástico prazer está sendo esquecido pelas novas gerações. 

 

A costura, com o advento da máquina de costurar, 

foi a semente da emancipação econômica feminina.

As costureiras são esforçadas e delicadas artistas 

que esbanjam talento e amor através de suas obras, 

transformando inertes tecidos em sonhos reais e prazerosos, 

tecendo alegrias e colorindo com mérito a nossa realidade. 

 

 Prof.  Darlou D'Arisbo 

 

 

 

 

 

 





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